A Vara Única da Comarca de Cruz condenou o ex-prefeito de Uruburetama, José Hilson de Paiva, a 12 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável. A decisão foi tomada, nesse domingo, 11, pelo juiz Tiago Dias da Silva, que está respondendo pela Comarca.
José Hilson atuava como médico quando foi acusado de cometer crimes sexuais durante vários anos nos seus próprios consultórios nas cidades de Cruz e Uruburetama, no interior do Ceará. Vídeos dos crimes foram gravados por ele mesmo durante as supostas sessões médicas. O caso foi revelado pelo Fantástico em 14 de julho de 2019, o que motivou a investigação.
Em julho de 2019, ele foi cassado pela Câmara Municipal de Uruburetama, perdendo assim o mandato, e impedido de exercer a medicina. Ele foi preso ainda em 2019. Em abril de 2020 saiu do presídio em decorrência de integrar grupo de risco da pandemia, e cumpre, atualmente, prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico.
“Provou-se que o réu além de ter criado a situação que impediu a percepção sensorial e a resistência da vítima, posteriormente empregou força física ao manter a vítima naquela posição sem conseguir sair ou mexer-se”, escreveu o juiz sobre a condenação em questão.
O ex-prefeito, contudo, não foi condenado pela acusação de violação sexual mediante fraude. O magistrado Tiago Dias da Silva reconheceu que o crime foi cometido, porém ressaltou a sua prescrição, uma vez que foi cometido em 2012 e o réu já possui mais de 70 anos. Esses critérios não são considerados no caso de estupro de vulnerável, pelo qual José Hilson foi condenado.
Além disso, o juiz da Comarca de Uruburetama manteve a prisão preventiva do ex-prefeito com impossibilidade de recorrer em liberdade “pois respondeu ao presente processo preso, cometeu crime que revela periculosidade social e propensão para a reiteração criminosa”, escreveu.
Os advogados de defesa do ex-prefeito, representado pelos criminalistas Leandro Vasques e Afonso Belarmino , afirmaram, em nota, que a sentença acolheu em parte a tese da defesa. “Respeitamos o entendimento do magistrado quanto à compreensão da condenação, mas dele iremos apelar ao Tribunal de Justiça e confiamos na reforma dessa decisão”, afirmaram.
G1
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