Criança foi morta queimada durante ritual, diz Polícia Civil do Piauí

Bebê morreu após ser incluído em um ritual feito por um suposto profeta


O delegado Matheus Zanatta, gerente da Polícia Especializada da Polícia Civil do Piauí, afirmou nesta terça-feira (22) que a criança de 1 ano e 9 meses, Wesley Carvalho Ferreira, que desapareceu no final do ano passado, teve o corpo queimado após um ritual satânico com a participação dos próprios pais no Povoado Santa Teresa, zona rural de Teresina.

Com a reviravolta do caso, está descartada a hipótese de sequestro, como havia sido informado falsamente pelos pais e avós do bebê. “Eles [pai, mãe e avós] já foram interrogados e existem alguns fatos obscuros e controversos que precisam ainda ser esclarecidos. A Polícia Civil descarta a hipótese de sequestro e trabalha com outras linhas de investigação. Uma delas é que a família da vítima ficou em jejum duas semanas, orando, e depois sacrificou a criança, colocando fogo no seu corpo”, revelou o delegado.

Segundo depoimento dos pais, a criança havia sido sequestrado no dia 21 de dezembro de 2021 na Praça da Bandeira, no Centro de Teresina, no entanto, o Boletim de Ocorrência, denunciando o crime, somente foi feito no dia 9 de fevereiro, mais de um mês depois do sumiço da criança, fato que gerou suspeita por parte dos investigadores.

Ainda conforme o delegado Zanatta, uma perícia será realizada no local onde teria acontecido o ritual, a fim de esclarecer as circunstâncias da morte da criança, que até o momento não teve o corpo localizado pela Polícia Civil do Piauí. “Iremos fazer perícia no local onde foi indicado que a criança foi morta e sacrificada para trazer elementos técnicos para o bojo das investigações”, completou Matheus Zanatta.

As prisões temporárias dos pais e avós poderão ser prorrogadas ou convertidas em preventiva, de acordo com o andamento das investigações.

Entenda o caso

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) abriu investigação para apurar o desaparecimento de Wesley Carvalho Ferreira. Segundo a família, o menino foi sequestrado no dia 29 de dezembro, na Praça da Bandeira, no Centro de Teresina, mas o Boletim de Ocorrência denunciando o crime só foi feito no dia 9 de fevereiro, mais de um mês depois do sumiço da criança.

Em entrevista ao GP1, a tia da criança, Socorro Costa, contou que sentiu falta da irmã e do sobrinho, então resolveu procurá-los, foi então, quando a irmã informou que a criança teria sido sequestrada por dois homens.

“Minha mãe estava com saudades da minha irmã e do neto, quando resolveu ir visitá-los. Ao chegar na casa onde eles moravam na zona rural de Teresina, ela descobriu que minha irmã e o marido tinham se mudado para a Vila Uruguai. Chegamos até a pessoa que tinha feito a mudança deles e descobrimos onde era a casa onde eles estavam morando. Quando chegamos na casa, falei com minha irmã e disse que tinha ido buscar ela e o meu sobrinho para passar o tempo com a mãe, que estava com muitas saudades dois. Foi nesse momento que ela contou que a criança tinha sido sequestrada por dois homens armados na Praça da Bandeira, ou seja, descobrimos a história no dia 9 de fevereiro, mais de 1 mês depois do fato. Então, peguei ela e toda a documentação da criança e fomos até a delegacia e denunciamos o caso. Minha irmã contou que não tinha denunciado o caso antes, porque estava com medo de represália por parte dos criminosos”, falou Socorro Costa.

Até o momento não há informações sobre o paradeiro do pequeno Wesley. A Polícia Civil está empreendendo diligências no intuito de tentar localizá-lo.

As informações são do GP1

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