Foto: Reprodução/ MST Ceará |
Na madrugada dessa segunda-feira (11) cerca de 85 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Ceará ocuparam uma fazenda no distrito de Brejo Grande, município de Santana do Cariri. O objetivo do movimento é mobilizar o Estado para as terras serem repassadas para a família dos ocupantes, tendo em vista que a propriedade não está sendo utilizada pelo Estado.
A fazenda ocupada é uma área Governo do Estado do Ceará sob a tutela da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), e estava cedida a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), onde funcionava uma colônia agrícola prisional, para medidas sócio-educativas de detentos do regime semi-aberto. O imóvel tem 380 hectares e, conforme os ocupantes, desde 2018 "está abandonada e não cumpre a função social".
A coordenação do MST Ceará informou que a ocupação é uma demanda das famílias Sem Terra da região, e que por não ter onde trabalhar e com o avanço da pecuária sobre as áreas agrícolas, a produção de alimentos na região está ameaçada. "Quando as famílias vão trabalhar na terra pelo arrendamento, os proprietários plantam também sementes de capim para semear junto com milho e no ano seguinte aquela terra é destinada à criação e sustentação de bovinos, deixando a área imprópria para produção nos anos seguintes", completou a coordenação.
Segundo os membros do movimento, no início deste ano, o grupo se reuniu com o Governador Elmano de Freitas (PT), no Palácio da Abolição, para falar sobre o assunto. Na oportunidade foi solicitado que um perito do Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace) visitasse a fazenda para realizar uma vistoria exploratória, o que segundo o MST não foi feita corretamente.
Ainda na tarde de ontem, a coordenação do MST esteve reunida com o superintendente do Idace, João Alfredo, onde o acordado foi que uma nova vistoria será realizada nos próximos dias, para ser dado início ao processo de desapropriação de terras.
Miguel Braz Moreira, secretário-executivo de articulação política do Estado, informou que a ocupação será discutida na próxima reunião do Grupo de Trabalho Institucional de Conflitos Agrários, criado para tratar sobre os conflitos fundiários.
Por Raiana Lucas/Miséria
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