O alerta de que a mina 18, mantida pela Braskem, no bairro Mutange, em Maceió, vai colapsar nas próximas horas ou dias vem assustando os moradores da área desde quarta-feira (29).
O aviso de risco foi emitido pela Defesa Civil Municipal, por meio de SMS. Ontem, a Justiça Federal determinou que as famílias que moram em 23 imóveis do bairro Bom Parto, na capital, sejam realocadas. Em dois dias, a área afundou mais de 1 metro.
Segundo o coordenador geral da Defesa Civil Municipal, Abelardo Nobre, a água da Lagoa Mundaú, que tem 60% da cavidade, pode sofrer um aumento "drástico" de salinização.
"Se o teto dela [mina 18] vier a desabar, essa cavidade chega até a superfície. Se ela chegar dentro da lagoa, as consequências são mais preocupantes. Você pode ter um processo de salinização, porque a água da lagoa vai ter contato com o fluido que há dentro da cavidade. Isso pode causar um aumento drástico da salinização dessa água", explicou o coordenador.
Se esse processo acontecer, se ocorrer, atingir toda a área de mangue, dependendo do volume que chegar a superfície. "Dependendo disso, a gente vai mensurar o impacto ambiental que deve causar na lagoa", afirmou.
Diante do risco do colapso da mina 18, no Mutange, o prefeito de Maceió, JHC, decretou situação de emergência por 180 dias. Os tremores de terra na região foram sentidos e relatados por moradores entre a segunda (27) e a terça (28). Além disso, a Prefeitura de Maceió já criou um Gabinete de Crise para monitorar a situação.
O colapso foi comentado nesta sexta-feira (01/12) pelo prefeito da cidade, João Henrique Caldas (PL-AL), como "a maior tragédia urbana em curso no mundo". Em entrevista à CNN Brasil, JHC também relatou o uso de equipamentos avançados para calcular o afundamento do solo, sua direção e intensidade. Cerca de 350 profissionais de órgãos públicos estão envolvidos no monitoramento da situação.