Buraco feito na prisão em Mossoró | Divulgação Ministério da Justiça |
Uma fuga inédita na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) chama a atenção para sérias falhas nos protocolos de segurança da unidade. Dois detentos conseguiram escapar através de um buraco na parede de sua cela, marcando o primeiro incidente desse tipo em um presídio de segurança máxima no país. Uma fotografia feita pela força-tarefa coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostrou o burado na parede da cela que foi aberto no local em que estava instalada a luminária.
As autoridades agora estão realizando uma perícia minuciosa nas celas dos fugitivos, assim como examinando seus pertences, incluindo lençóis e objetos pessoais, em busca de pistas.
Equipes da força-tarefa descobriram roupas e pegadas, enquanto calçados e camisetas possivelmente pertencentes aos fugitivos foram encontrados em uma área rural próxima a Mossoró. Este achado intensificou as buscas na região adjacente à penitenciária.
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, identificou uma série de falhas nos protocolos de segurança da unidade. Ele destacou que o presídio estava passando por obras de manutenção, o que deu aos presos acesso a ferramentas. Segundo o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, operários estavam presentes na penitenciária durante esse período, e as ferramentas poderiam estar facilmente disponíveis aos detentos devido à falta de armazenamento seguro.
Além disso, o ministro apontou defeitos na construção da penitenciária, afirmando que a saída pelo teto foi possível devido ao uso de alvenaria em vez de concreto, o que comprometeu a eficácia das medidas de segurança. Os detentos conseguiram superar um tapume de metal na área em reforma e cortaram as grades usando um alicate.
Lewandowski também mencionou que as câmeras de segurança e as luzes não estavam funcionando adequadamente, facilitando a fuga. Ele destacou que a escapada dos detentos foi relativamente fácil, uma vez que utilizaram as ferramentas disponíveis no local.
As buscas pelos fugitivos estão concentradas na região, com vestígios indicando que eles podem estar escondidos na área de mata densa próxima à penitenciária. Cerca de 300 agentes, incluindo policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais civis e militares, estão envolvidos nas operações de busca. Drones estão sendo utilizados para auxiliar nas buscas, inclusive durante a noite, enquanto equipes especiais e cães farejadores também estão participando da busca intensiva.
Apesar das condições adversas, com a alta temperatura na região da caatinga, e da chuva recente, as autoridades estão otimistas em localizar e recapturar os fugitivos em breve.
Com Meio Norte
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