Em 2004, Crateús escolheria o sucessor do então prefeito Paulo Nazareno, que desde 1997 administrava o município. Dois candidatos foram lançados naquela que foi uma das campanhas políticas mais acirradas da década.
Naquele ano, duas coligações lançaram candidatos: a coligação “PRO DIA NASCER FELIZ,” apoiada por Paulo Nazareno, tinha como candidato a prefeito o jovem médico Carlos Felipe, e como vice, o comerciante Zé Maria Pedreiro. Já a coligação “QUEREMOS CRATEÚS MELHOR” lançava o advogado Zé Almir como candidato a prefeito, e como vice, o empresário Luizinho Sales.
A campanha foi marcada por uma guerra de palavras. A coligação de Zé Almir utilizava como símbolo o “macaco,” alusão à família do candidato que tinha como epíteto o nome deste animal. Através de seus jingles, a coligação apontava que o candidato opositor estaria “perdido” na cidade, pois não tinha experiência com a administração pública.
Por outro lado, Carlos Felipe trabalhava o apoio de Paulo Nazareno e do então senador Tasso Jereissati em sua campanha. O seu jingle utilizava a expressão: “arrocha o nó,” fazendo menção à música da campanha de Nazareno, anos antes. Os olhos claros de Felipe, por similaridade com os de Tasso, também foram abordados na campanha, em que uma das canções relatava que devia o eleitor votar, considerando tal semelhança entre o candidato e o senador.
Numa época em que eram permitidas as distribuições de brindes, as pessoas faziam questão de demonstrar as suas escolhas, usando brincos, camisetas, chaveiros e bonés.
Até os postes de iluminação pública participavam da disputa eleitoral. Cartazes eram colados em tábuas de compensado e essas eram fixadas com arames no alto dos postes, mostrando as preferências políticas dos moradores da rua.
A eleição ocorreu em 03 de outubro de 2004, onde foram apurados 42.065 votos. Desses, 20.489 foram a favor de Zé Almir e 18.324 a favor de Carlos Felipe, numa diferença percentual de só 5,58%.
Finalizada a campanha, os candidatos já se preparavam para as eleições gerais de 2006, outra que teve grande repercussão na cidade.
Texto escrito por: Kaio Martins, Cientista Político.