O crateuense sempre buscou inovar e empreender para vencer os obstáculos da vida. Uma dessas inovações virou manchete em todo o país.
Em outubro de 1993, o Jornal Nacional lançou uma reportagem que falava sobre um sistema inovador de mobilidade urbana utilizado em Londres. Lá, para garantir maior agilidade e economia, eram utilizadas motocicletas para o transporte de pessoas. Na época, a matéria passou despercebida para quase todas as pessoas, exceto para uma: o bancário Edilson Mourão.
Edilson viu na reportagem a oportunidade de obter lucros e de dinamizar a mobilidade da cidade, que era até então realizada ou por meios próprios ou pelo sistema de táxi convencional, composto por cerca de 80 carros e que tinha taxa única de R$ 3,00 por corrida.
Com o crescimento do lugar, a população passou a sentir dificuldades em pagar a taxa toda vez que precisasse do serviço. Partindo dessa necessidade - e tendo a informação do que era praticado na Europa, Edilson Mourão empreendeu, em 1994.
Inicialmente, o bancário adquiriu 10 motocicletas para realizar o serviço de mototáxi. Cobrando o valor fixo de R$ 1,00 por corrida, logo viu o negócio deslanchar, precisando adquirir, tempos depois, mais 20 veículos, chegando a ter mais de 40 em sua frota.
A partir daí, Crateús virou destaque nos principais noticiários do país, inclusive no próprio Jornal Nacional. A cidade, pioneira no serviço, contou, na época da implantação, com diversas empresas que ofereciam até desconto para quem viesse a fidelizar com o motoqueiro. O desconto concedido era de 10% em cima da taxa de R$ 1,00, quer dizer, o serviço de mototáxi já chegou a custar R$ 0,90.
Com o sucesso do projeto, Edilson Mourão afirmou na época para o Diário do Nordeste que constantemente recebia ligações de vários estados brasileiros e de muitos outros países da América do Sul. As ligações sempre tinham um propósito: saber como implantar o sistema.
Hoje, serviço já consolidado, os mototaxistas de Crateús se modernizaram, possuindo até sindicato próprio da categoria. Mesmo passando 30 anos, portanto, o serviço não deixa de chamar a atenção de todo o país.
Texto escrito por: Kaio Martins Gomes, Cientista Político.