Extinta em 1965: Ibiapaba, o distrito de Crateús que já foi cidade

 

Há alguns anos, houve um movimento em Crateús que cobrava pela emancipação do distrito de Ibiapaba. A razão apresentada era a de que o local já possuía uma base arrecadatória suficiente para, com um apoio do governo estadual, manter as demandas daquela localidade. O ponto de partida das discussões deu-se na maneira em que o município administrava as demandas daquela população. Argumentavam que pouca atenção era dada ao local, coisa que mudaria se, porventura, viesse Ibiapaba a se transformar num município.

Ibiapaba foi criada tendo a denominação de Barrinha, de acordo com o pesquisador Raimundo Girão. A partir da Lei 2.677/1929, teve a sua denominação alterada para a atual.

Geograficamente, as margens do Poti ficam ao lado esquerdo do local. A vila também foi agraciada pela estrada de ferro. Inaugurada aos 03 de setembro de 1928, há uma estação, garantindo, assim, bom desenvolvimento, sobretudo na época em que boa parte do escoamento de mercadorias e produtos dava-se por meio das locomotivas.

Girão aponta ainda que a denominação do local tem a intenção de ser homônima com a da grande serra em que o local está territorialmente fixado.

Fato político interessante se deu por meio da Lei Estadual nº 6.926/1963, que criou o Município de Ibiapaba, onde a vila recebeu competência de cidade. Diz o artigo 1º da lei: “Fica criado o município de Ibiapaba, com sede na vila de igual nome, ora elevada à categoria de cidade, constituído dos territórios dos Distritos de Ibiapaba e Oiticica, desmembrados do município de Crateús”.

E por dois anos teve Ibiapaba essa categoria. Contudo, a Lei nº 8.339/1965 extinguiu o foro de cidade, passando o local a compor novamente o quadro dos distritos de Crateús.

Tendo ou não esse fato histórico como pano de fundo é que, há alguns anos, abriu-se a discussão acerca da viabilidade de, novamente, transformar Ibiapaba em cidade, por via emancipatória.

Vê-se, desse modo, que há fatos interessantes sobre Crateús que não são comumente lembrados, mas que devem ser preservados, a fim de que possamos ter a plena ciência sobre o nosso local.


Texto escrito por: Kaio Martins, Cientista Político.

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