Lenine Alves Baptista, o He-Man do Nordeste: Uma Vida de Lutas e Espetáculos

 

Lenine Alves Baptista, conhecido como He-Man do Nordeste, nasceu no Paraguai em 1951. Naturalizou-se brasileiro e passou a viver em Alagoas. Ele era filho de uma índia paraguaia com um cigano soviético.

Lenine teve uma reconhecida carreira na luta livre ensaiada, onde combinou as técnicas de combate com a arte circense, dando origem ao Circo do He-Man. O circo tinha como principal atração os desafios entre o gigante Lenine e pessoas à altura do combate. Entre seus oponentes, estavam figuras reconhecidas, como o lutador profissional Rei Zulu, além de pessoas anônimas das comunidades onde o circo se instalava. O que mais chamava a atenção era a quantidade de adversários que ele enfrentava de uma só vez. Em Crato, Lenine chegou a lutar com 35 homens ao mesmo tempo, vencendo todos.

Em Crateús, Lenine enfrentou vários desafios. As lutas eram divididas por bairros ou grupos, destacando-se os confrontos contra o Bairro da Ilha, o Bairro dos Venâncios e a Turma dos Ciganos. Apesar de acirradas, as lutas eram sempre respeitosas, refletindo o carinho que Lenine tinha por Crateús.

Além de desafiar anônimos da cidade, outra marca do circo era a divulgação dos espetáculos. Lenine corria ao lado de um carro de som que anunciava as apresentações, impressionando os espectadores.

No dia 26 de dezembro de 2008, em Ouricuri-PE, He-Man foi covardemente agredido numa situação onde não teve possibilidade de defesa. Segundo informações repassadas pela polícia civil e divulgadas em portais, Lenine havia se casado e tido uma filha, mas se separou. A separação gerou a fúria de seu sogro, que não aceitou a situação. No fatídico dia, Lenine foi surpreendido pelo sogro e, no meio de uma discussão, foi alvejado com vários tiros, inclusive na cabeça. Mesmo ferido, a resistência de Lenine era tamanha que ele conseguiu fugir do local correndo até o hospital.

Infelizmente, Lenine não resistiu aos ferimentos e faleceu em 8 de janeiro de 2009. Assim terminou a vida de um homem que sempre respeitou seus oponentes, dando-lhes chance de defesa no combate, mas que não recebeu o mesmo tratamento.

Por: Kaio Martins, Cientista Político.

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