Alegria de Crateús: Relembre a História de Juraci Melo Nunes, o Louro da Cruz

Nascido aos 02 de julho de 1946, Juraci era filho de Agileu de Sousa Nunes e de Maria Mozinha Melo. Desde criança, o homem mostrava interesse pelo comércio, iniciando aos 11 anos a venda de bananas.

Mas, por que “Louro da Cruz”?

Em 1972, no Bairro da Cruz, hoje parte da Rua Frei Vidal, havia um dos cruzeiros instalados pelo Frei Vidal da Penha, em sua passagem por esta cidade. O artefato estava dentro de um terreno, vizinho à lanchonete Jovem Guarda, de propriedade de Juraci. O homem, então, adquiriu o local a fim de fazer uma casa de shows. Não podendo contornar, ou deixar o item sagrado dentro do espaço dançante, Louro encomendou que retirassem de lá a cruz.


Iniciada a tarefa de retirada, o local reuniu diversas pessoas que protestavam contra o feito. Já haviam aquelas pessoas comunicado o fato ao vigário, Pe. Bonfim. Depois da confusão, as partes foram conduzidas à delegacia, ocasião em que, provando a propriedade do terreno, Juraci foi liberado, mas com a marca de “Louro da Cruz”.

O terreno polêmico deu vida à Boate do Louro, que depois teria “Danado de Bom” como nome.

Ser “A Alegria de Crateús” era marca de Juraci, já que, desde sempre, o homem buscou levar o entretenimento para todas as idades. Nos anos 90, criou o “Show dos Bairros”, que reunia artistas anônimos a fim de mostrarem os seus talentos, divertindo a cidade.

Tendo grande afinidade pela produção de eventos, Louro montou outro clube, chamado de Casa Nova, próximo à Praça da Matriz. Aquele espaço foi palco de muitas festas, tendo como marca a Overnight, boate de música eletrônica.

Mas foi pelo Trenzinho que Louro mais se destacou. O homem levava a felicidade a inúmeras crianças de diversos bairros, a um preço acessível.

Anualmente, ele fazia questão de distribuir brinquedos e comidas no Dia das Crianças.

Enfim, o nosso Louro da Cruz sempre nos trouxe alegria, exceto no dia 14 de abril de 2021, quando foi encontrado sem vida no local onde residia. A partir dali, Crateús ficaria órfão daquele que sempre fez de tudo para levar felicidade para todas as idades.

Texto escrito por: Kaio Martins, Cientista Político.

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