Nas últimas semanas, noticiou-se em Crateús a narrativa de uma pessoa que disse ter visto um ser que muito se aparentava com o folclórico lobisomem. Apesar do ceticismo de muitos, que encararam o discurso como um erro de interpretação de imagem, outros já consideravam a estória verossimilhante com a de outras já apresentadas na cidade. Afinal, por qual motivo há tantos relatos no mesmo sentido?
Ao inserirmos os termos: “Lobisomem de Crateús”, na plataforma YouTube, encontramos dezenas de vídeos com relatos de pessoas que afirmam ter visto ou conhecer alguém que viu a tal criatura. Os anos variam, onde, desde a década de 80, já existem notícias a esse respeito.
O que impressiona é que alguns vídeos possuem dezenas de milhares de visualizações, mostrando o interesse do público da plataforma por testemunhos desse tipo.
O que se observa é que a aparição de OVNIs está para Quixadá, como a de lobisomem está para Crateús. Na cidade dos monólitos, os Objetos Voadores Não Identificados não seguem um padrão de aparição. Aparecem para qualquer um e em qualquer lugar. Aqui, não é diferente. Não importa o local e a pessoa, qualquer um corre o risco de se deparar com a criatura, independente do local em que esteja.
Apesar dos relatos recentes terem deixado muita gente de cabelo em pé, foi o início dos anos 2000 o período em que mais se veiculou notícias de aparições na cidade. A Rádio Comunitária do Bairro dos Venâncios, diuturnamente, alertava a população que seres estranhos apareciam naquele bairro, pedindo que os responsáveis tomassem cuidado com as crianças.
Lenda ou não, a perspectiva com a qual observamos os relatos acerca da entidade, que é metade homem e metade lobo, se destaca. Deve, portanto, ser objeto de investigação da sociologia; psicologia; teologia, ou mesmo por pessoas interessadas em entender o porquê de o lobisomem ser a criatura bizarra mais vista em Crateús.
Não custa lembrar: fiquem alerta e usem, se tiverem, algum acessório de prata à noite. Dizem que o bicho tem horror ao metal.
Por Kaio Martins, Cientista Político.