Estudo da UFC Crateús Investiga Contaminação por Agrotóxicos em Peixes do Rio Poti


Um estudo crucial sobre a contaminação de peixes por agrotóxicos está em andamento no município de Crateús, Ceará. O trabalho é realizado pelo Núcleo Integrado de Pesquisa e Inovação da UFC Campus Crateús, em parceria com o Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da UFC Campus Fortaleza. A pesquisa, iniciada entre os dias 15 e 18 de agosto, foca na contaminação do Rio Poti, especialmente nos distritos de Ibiapaba e Oiticica, áreas que fazem parte da Área de Preservação Ambiental (APA) Buqueirão.

O estudo é liderado por professores e especialistas de ambas as instituições, como o professor Rivelino Cavalcante, do Laboratório de Avaliação de Contaminantes Orgânicos (LACOr/Labomar/UFC), e as professoras Janaina Lopes Leitinho e Luisa Gardênia A. T. Farias, da UFC Crateús. A pesquisa busca ampliar os estudos iniciados em 2017 sobre metais pesados na região e agora se concentra na segurança alimentar da população local que depende diretamente das águas do Rio Poti.

Relatos de pescadores da região de Ibiapaba sobre peixes com olhos deformados acenderam o alerta sobre a possível contaminação da água, o que motivou a realização desse estudo. A pesquisa também investiga a presença de outras substâncias no meio aquático, como remédios, hormônios, e agroquímicos, que podem ser absorvidos pelos peixes e, eventualmente, afetar a saúde humana.

O Rio Poti, um rio intermitente no estado do Ceará, pode ter sua poluição agravada durante os períodos de seca, aumentando a concentração de poluentes na água. A população mais vulnerável é aquela que faz uso direto da água e dos peixes do rio para alimentação, além de animais que utilizam o rio como fonte de água.

A pesquisa é considerada de extrema importância para a segurança alimentar da região, uma vez que os resultados poderão fornecer dados valiosos sobre os impactos da contaminação por agrotóxicos e outros poluentes na saúde da população e no meio ambiente. Os resultados devem ser aplicados e comparados com dados de saúde dos municípios para avaliar os impactos a curto e longo prazo.

O estudo conta com o apoio de diversas entidades e profissionais, incluindo os pescadores locais, a SEMA Ceará, e professores de diferentes universidades. O trabalho, desenvolvido por várias mãos, é visto como um passo importante para garantir a segurança alimentar da população sertaneja que, além de enfrentar a seca, agora precisa lidar com os riscos de contaminação de seus recursos naturais.

Os estudos estão sendo realizados com o apoio de uma equipe dedicada e devem resultar em publicações científicas que contribuirão para a compreensão e mitigação dos riscos de contaminação na região.

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