1º de abril de 1981: o dia que marcou Nova Russas com dor e luto

 


No dia 1º de abril de 1981, por volta das 17h, um acontecimento trágico marcou a história da cidade de Nova Russas. Em meio a uma forte chuva, um estrondoso barulho ecoou pela cidade: a torre da Igreja Matriz desmoronou. Relatos de pessoas que vivenciaram o momento revelam que a tragédia deixou três crianças soterradas sob os escombros de caliça e tijolo enquanto abrigavam-se da chuva e brincavam despreocupadamente embaixo da estrutura.

Uma jovem de nome Maria de Fátima Fontenele foi uma das testemunhas que presenciou a cena angustiante do colapso (JORGE, 2021). O 4º Batalhão de Engenharia de Construção, BEC, sediado em Crateús, mobilizou-se rapidamente para auxiliar nas buscas entre os escombros. Incrivelmente, após três horas de esforços incessantes, uma fenda se abriu na porta principal da igreja, revelando sinais de vida: uma das crianças havia sobrevivido.

Naquele período, as principais fontes de informação no Ceará eram o rádio e os jornais locais. Contudo, a repercussão da queda da torre da Igreja de Nossa Senhora das Graças, a Matriz de Nova Russas, ultrapassou as fronteiras regionais e ganhou destaque nacional. A trágica história foi veiculada no Jornal Nacional, um dos noticiários mais famosos do Brasil na época, levando o luto e a solidariedade para além da pequena cidade (COSTA, 2021).

Curiosamente, o dia 1º de abril é conhecido como o Dia da Mentira, um fato que contrasta profundamente com a realidade trágica que se desenrolou em Nova Russas naquele dia fatídico. Enquanto muitos costumam pregar peças e contar histórias fictícias, a queda da torre da Igreja Matriz foi uma verdade dolorosa que marcou a comunidade. Apesar dos anos de seca que afetaram a região, a população novarussense não poupou esforços para a restauração. Segundo Sol Rocha (2017), o Sr. Antônio Constâncio e Joaquim Casimiro foram, respectivamente, o primeiro pedreiro e servente a começar a reconstrução da torre da igreja.

Na época, o pároco Pe. Miguel Frederico Duat e o saudoso prefeito José Santos Mourão enfrentaram a difícil tarefa de consolar os moradores e lidar com as consequências dessa tragédia que ficará eternamente registrada na memória da cidade.

Por Felipe Azevedo/Graduando em História

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