O ano de 1987 marcou uma virada histórica na política cearense. Tasso Jereissati, então jovem empresário e estreante na política, assumiu o governo do Ceará após derrotar Adauto Bezerra, representante direto das tradicionais oligarquias que dominavam o estado há décadas. Essa vitória não foi apenas um resultado eleitoral, mas o início de uma ruptura que redesenhou a forma de administrar o Ceará.
Tasso, apoiado inicialmente pelo governador Gonzaga Mota, simbolizava a modernização e a quebra do modelo político arcaico. Durante sua campanha em 1986, apresentou propostas inovadoras, prometendo um governo técnico, eficiente e livre do clientelismo que havia caracterizado os governos anteriores. Sua vitória foi um reflexo do cansaço da população com as práticas políticas dos coronéis, representadas por nomes como Adauto Bezerra e Virgílio Távora, que, por anos, alternaram o poder no estado.
A eleição foi dura e marcada por forte polarização. De um lado, Adauto Bezerra defendia a manutenção do sistema político tradicional. Do outro, Tasso Jereissati liderava um movimento que ficou conhecido como o “Governo das Mudanças”. Com o slogan “O Ceará vai dar certo”, Tasso conquistou os eleitores ao prometer modernizar o estado e acabar com a ineficiência administrativa.
Após sua posse em 1987, Tasso cumpriu as promessas de ruptura. Ele reorganizou as finanças estaduais, profissionalizou a máquina pública e investiu em áreas estratégicas, como infraestrutura, educação e saúde. Essas medidas, embora enfrentassem resistência inicial, consolidaram sua imagem como um gestor competente e deram início a um novo ciclo político no Ceará.
A vitória de Tasso não foi apenas a derrota de Adauto, mas o fim de uma era de domínio oligárquico e o início de um novo paradigma político. Até hoje, 1987 é lembrado como o ano em que o Ceará rompeu com o passado e abraçou um futuro de renovação.
Por Wilton Sales